Marcas de vida na paisagem de São Paulo: a 'pixação' como epitáfio de uma cidade vandalizada - Núm. 72, Abril 2020 - Revista de Estudios Sociales - Libros y Revistas - VLEX 851689030

Marcas de vida na paisagem de São Paulo: a 'pixação' como epitáfio de uma cidade vandalizada

AutorAlexandre Barbosa Pereira
CargoDoutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, Brasil
Páginas58-69
58
Marcas de vida na paisagem de São Paulo: a “pixação”1
como epitáfio de uma cidade vandalizada *
Alexandre Barbosa Pereira **
Data de recepção: 6 de junho de 2019 · Data de aceitação: 16 de dezembro de 2019 · Data de modicação: 22 de janeiro de 2020
https://doi.org/10.7440/res72.2020.05
Citando: Pereira, Alexandre Barbosa. 2020. “Marcas de vida na paisagem de São Paulo: a ‘pixação’ como epitáo de uma cidade
vandalizada”. Revista de Estudios Sociales 72: 58-69. https://doi.org/10.7440/res72.2020.05
RESUMO | A partir do enquadramento da “pixação” como crime ambiental, este artigo contrapõe essa prática
ao processo histórico de urbanização excludente e de ataque ao ambiente empreendido na cidade de São
Paulo, Brasil. Evidencia-se, por exemplo, que, apesar de a cidade ter retificado e violentado seus rios e, em seu
trânsito, matar quase mil pessoas por ano, a pixação continua sendo considerada como o seu grande problema
ambiental. Dessa forma, com base nas discussões sobre biopoder e necropolítica, apresenta-se a pixação como
uma possibilidade de experiência de vida que se imprime na paisagem de uma cidade, cuja gestão consiste em
segregar e decidir entre quem pode viver e quem deve morrer ou ser violentado.
PALAVRAS-CHAVE | Arte urbana; cidade; necropolítica; pichação
Marcas de vida en el paisaje de São Paulo: la pixação como epitafio de una ciudad vandalizada
RESUMEN | Desde el encuadre de la pixação como crimen ambiental, el artículo hace una contraposición de
esta práctica a los procesos históricos de urbanización excluyente y ataque al medio ambiente establecidos
en la ciudad de São Paulo, Brasil. Se evidencia, por ejemplo, que a pesar de que la ciudad haya recticado y
violentado sus ríos y que, en su tránsito, hayan muerto casi mil personas al año, la pixação sigue siendo consi-
derada como su gran problema ambiental. Así, con base en las discusiones sobre biopoder y necropolítica, se
presenta la pixação como una posibilidad de experiencia de vida que se plasma en el paisaje de una ciudad cuya
gestión consiste en segregar y decidir quiénes pueden vivir y quiénes deben morir o ser violentados.
PALABRAS CLAVE | Arte urbano; ciudad; necropolítica; pichação
Signs of Life in the São Paulo Landscape: Pixação as an Epitaph of a Vandalized City
ABSTRACT | From the perspective of classifying the pixação —a brazilian tag grati— as an environmental
crime, the article contrasts this practice with the historical processes of exclusionary urbanization and attacks
on the environment established in the city of São Paulo, Brazil. It is shown, for example, that in spite of the fact
that the city has rectied and ravaged its rivers and that almost a thousand people a year die in their transit
1 Assim mes mo, com “x”, conforme a denomi nação dada pelos pr óprios “pixadore s”.
* Este artigo é o resultado de pesquisa de longo prazo sobre a atividade da “pixação” em São Paulo, iniciada como mestrado em 2003,
no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo, cuja dissertação foi defendida em
2005. A pesquisa prosseguiu inserida em um projeto mais recente, realizado entre 2014 e 2018, com o financiamento do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Processo: 447869/2014-0), sobre práticas culturais juvenis e espaço urbano,
intitulado: “Entre zoeiras e rolês: práticas culturais juvenis e espaços de lazer nas cidades de São Paulo e Santos”.
** Doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, Brasil. Professor do Departamento de Ciências Sociais e do Programa
de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo, Campus Guarulhos, Brasil. Últimas publicações: Um rolê
pela cidade de riscos: leituras da piXação em São Paulo. São Carlos: Editora da UFSCar, 2018; “Como ler Marx no carro-forte: dilemas
do ensino superior brasileiro”. Cadernos de Pesquisa 48: 922-947, 2018. * abpereira@unifesp.br.

Para continuar leyendo

Solicita tu prueba

VLEX utiliza cookies de inicio de sesión para aportarte una mejor experiencia de navegación. Si haces click en 'Aceptar' o continúas navegando por esta web consideramos que aceptas nuestra política de cookies. ACEPTAR