O Negacionismo ao Genocídio Armênio no Século XXI: Uma Análise dos Tratados de Sèvres, Lausanne e suas Relações com o Negacionismo Turco - Parte III. Derecho internacional penal y derecho internacional humanitario - Derecho internacional a través de casos. Reflexiones sobre territorio, medio ambiente, derecho penal internacional y arbitraje de inversión - Libros y Revistas - VLEX 972413332

O Negacionismo ao Genocídio Armênio no Século XXI: Uma Análise dos Tratados de Sèvres, Lausanne e suas Relações com o Negacionismo Turco

AutorLauren da Silveira Porto
Cargo del AutorAluna de Relações Internacionais do 7° Semestre na Escola superior de Propaganda e Marketing ? Porto Alegre ? Rio Grande do Sul
Páginas552-580
O Negacionismo ao Genocídio Armênio no
Século XXI:
Uma Análise dos Tratados de Sèvres, Lausanne
e suas Relações com o Negacionismo Turco
Lauren da Silveira Porto*
Resumo:
Perpetrado pelo império turco Otomano o genocídio armênio (1915-1923) tem
estimativa de morte de 1,5 milhões de armênios, somados as perdas culturais e a
grande diáspora decorrente de tal fato histórico. Embora sejam inúmeras as provas do
massacre sistematizado do povo da Armênia, são muitos os países do Sistema
Internacional que assumem posturas controversas acerca do genocídio, principalmente
o Estado da Turquia. Assim, o presente trabalho explicita o Tratado de Sèvres que
continha artigos que responsabilizavam os perpetuadores do genocídio armênio e o
Tratado de Lausanne que retifica o anterior e demarca as atuais fronteiras Turcas. Com
isso,
é possível notar
as conexões dos Tratados de Sèvres e de Lausanne com a
continua perpetuação do negacionismo ao genocídio armênio do Estado turco trazendo
à tona a importância do tema para as Relações Internacionais e para os debates de
Direito Internacional público.
Palavras-chave:
Tratado de Sèvres; Tratado de Lausanne; Turquia; negacionismo;
genocídio Armênio.
Abstract:
The Armenian Genocide (1915-1923), perpetrated by the Turkish Ottoman
Empire, is estimated to have killed 1.5 million Armenians in addition to the cultural
losses and the great diaspora that resulted from this historical fact. Although the
evidence of the systematized massacre of the people of Armenia is innumerable, there
are many countries in the International System that take controversial stances about
the genocide, especially the Turkish State. Thus, this paper explains the Treaty of
Sèvres, which included articles that held the perpetuators of the Armenian genocide
responsible, and the Treaty of Lausanne, which rectifies the previous treaty and
demarcates current Turkish borders. Therefore, it is possible to notice the connections
of the Treaties of Sèvres and Lausanne with Turkey’s continued perpetuation of
denialism regarding the Armenian genocide, bringing to light the importance of this
subject for International Relations and for debates on public International Law.
Keywords:
Treaty of Sèvres; Treaty of Lausanne; Turkey; denialism; Armenian
genocide.
Introdução
A vivência dos armênios e das demais minorias do Império turco
otomano fora conturbada por diversos motivos ao longo da história.
Por momentos a cobrança de impostos era desigual, em outros essa
cobrança era sobretaxada com um critério de qual religião a parcela
da população seguia, chegando a atitudes mais bruscas como
perseguição e enfim um genocídio.1
O contexto histórico de durante e pós 1ª Guerra Mundial serviu
para velar a real intencionalidade de findar tudo que era armênio,
assim desde os princípios de sistematização do massacre as
alegações turcas afirmavam erroneamente que as mortes de
armênios haviam ocorrido apenas pelas batalhas travadas na 1ª
grande Guerra e não pelo que atualmente temos provas do que é
conhecido por genocídio armênio, perpetuado então pelo Império
turco otomano.2
A intenção de eliminação total dos armênios baseava o plano
sistematizado na premissa do panturquismo uma vontade da elite
política otomana de unificar a região da atual Turquia até o atual
Azerbaijão com os povos turquicos ali presentes em uma grande
Turquia, adotando a mesma língua e religião, eliminando todas as
outras etnias.3 Assim, é evidente que a solução encontrada foi a
exterminação em massa dos armênios, ao ver que não conseguiam
convencê-los a ceder à homogeneização dos povos, livrando-os dos
que eram vistos como obstáculo para a concretização do seu ideal
panturquista e de problemas futuros de perda de território,
influência na região, além de trazer a apoderação dos bens
armênios.4
Percebe-se, então, uma característica singular de extrema
importância para o entendimento do período de 1915-1923
apontada pelo autor Kevorkian (2011): a destruição para própria
construção. Logo, a destruição total de uma etnia para findar o
objetivo de criação de uma identidade Turca.5 Os expurgos e os

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