Redes sociais: um olhar sobre a dinamica da informacao na rede (APL) Arranjo Produtivo Local Textil, de Americana--Sao Paulo. - Vol. 34 Núm. 2, Mayo 2011 - Revista Interamericana de Bibliotecologia - Libros y Revistas - VLEX 411845406

Redes sociais: um olhar sobre a dinamica da informacao na rede (APL) Arranjo Produtivo Local Textil, de Americana--Sao Paulo.

AutorRoberta Sugahara, Cibele
CargoInvestigaciones

Resumo

Aborda a estrutura social em rede como forma de interação entre as pessoas para a troca de informação e conhecimento na sociedade da informação. Ressalta que as interações entre pares são a força propulsora do aprendizado interativo. Nesse espaço, as relações sociais são ilimitadas e o trabalho se efetiva de forma cooperativa em direção aos fluxos de informação recebidos e retransmitidos. Discute o papel da informação nas redes de empresas e o formato de Arranjo Produtivo Local (APL), baseado na concentração geográfica de integrantes de uma mesma cadeia produtiva, como aquele que melhor permite explorar as vantagens típicas das economias de aglomeração, como o compartilhamento de infra-estrutura, informação e treinamento conjunto de mão-de-obra. Como metodologia, realiza um estudo de caso da Rede APL Têxtil, de Americana São Paulo, a partir da realização de entrevistas com empresários, empreendedores do setor têxtil, enfatizando as diferentes formas de conexão entre seus componentes. Para subsidiar a análise dos dados obtidos, faz uso do software Ucinet, que permite mapear as relações em rede, e para auxiliar na visualização da rede com a criação de grafos, utiliza-se a ferramenta Netdraw, do Ucinet. Conclui recomendando novas reflexões à Ciência da Informação sobre como a informação flui e influencia as ações entre pares.

Palavras-chave: redes sociais, estrutura social em rede, sociedade da informação, Arranjo Produtivo Local, Americana, São Paulo

Cómo citar este artículo: SUGAHARA, Cibele Roberta, VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Redes sociais: um olhar sobre a dinâmica da informação na rede (APL) Arranjo Produtivo Local Têxtil, de Americana--São Paulo. Revista Interamericana de Bibliotecología, 2011, vol. 34, no. 2, p. 177-186.

Abstract

It discusses the social structure in the network as a means of people's interaction for the exchanging of information and knowledge in the information society and emphasizes that the interactions between pairs are the driving force in the interactive learning. In this framework, social relations are unlimited and the work becomes effective in the cooperation towards the flow of received and retransmitted information. It discusses the role of information in corporate networks and the format of Local Productive Arrangement (APL), based on the geographical concentration of members of the same production chain, as the one that best allows the exploration of the typical advantages of agglomeration economies, such as the sharing of infra structure, information and manpower joint training. As the methodology of the research, it uses the Textile Network APL of Americana--São Paulo as a case study, obtaining the data by interviews with businessmen and entrepreneurs of the textile sector, emphasizing the different forms of connection among its components. As a subsidy in the data analysis, the study uses the software Ucinet, which allows the mapping of the relationships in the network, and uses the tool Netdraw to help visualizing the network by the creation of nets. It concludes by recommending new ideas to the Information Science on how information flows and influences the actions among pairs.

Keywords: social network, social network structure, information society, Local Productive Arrangement

How to cite this article: SUGAHARA, Cibele Roberta, VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Social Networks: A look at the information network dynamics of the Local Textile Productive System in Americana--São Paulo. Revista Interamericana de Bibliotecología, 2011, vol. 34, no. 2, p. 177-186.

  1. Introdução

    A estrutura social em rede e as relações entre pares vêm despertando crescente interesse nos mais diversos ctrculos. Neste artigo discorre-se sobre a estrutura social em rede como alternativa às diferentes formas de interação para troca de informação e conhecimento na sociedade da informação, bem como sobre a contribuição que a Ciência da Informação pode oferecer nesse sentido.

    Sob esse ângulo, são as interações entre indivíduos e a realidade em que se encontram inseridos que conformam seu contexto informacional, ou seja, que definem estruturas e orientam suas ações. No espaço em rede, as relações são tecidas à medida que se compartilha informação e conhecimento oriundos de práticas e vivências do grupo. Esse espaço, como fator interveniente das relações sociais, revela a importância e a necessidade de reflexões sobre os fluxos de informação nesse ambiente.

    Por outro lado, as interações em rede entre agentes sociais e econômicos bem como os contatos alternativos parecem ser a força propulsora do aprendizado interativo. Nesse contexto, Carvalho (2009) defende que a busca de contatos alternativos se amplia e por este motivo o papel do profissional da informação é cada vez mais relevante ao permitir visibilidade às redes humanas. Essas são "responsáveis pelo planejamento e organização dos recursos de informação, sendo que a disseminação da informação amplia as suas possibilidades de atuação com o uso das tecnologias da informação e conhecimento" (Carvalho, 2009, p. 154).

    O objetivo deste artigo foi analisar, com base na literatura, a estrutura social em rede como ambiente propicio para a interação e o compartilhamento de informação. Para tanto, apresenta a rede de empresas no formato de Arranjo Produtivo Local (APL), demonstrando a densidade das relações de troca de informação e colaboração entre os elos por meio da metodologia de Análise de Redes Sociais (ARS), na Rede APL Têxtil, de Americana, SP.

  2. Repensando a sociedade da ínformação

    A produção, distribuição e acesso à informação estão no centro da nova economia. Ao considerar a mudança terminológica de sociedade da informação para sociedade do conhecimento, Capurro e Hjorland (2007, p.174) afirmam que é o conteúdo, e não a tecnologia da informação, o principal desaño tanto para a economia quanto para a sociedade em geral.

    Ainda que as tecnologias da informação afetem de forma desigual as atividades econômicas, o crescimento cada vez mais acelerado dos setores intensivos em informação e conhecimento encontra-se no cerne do processo de desenvolvimento da sociedade (Lastres e Ferraz, 1999, p. 33). É o que ocorre em diversos setores, como, por exemplo, no de têxtil e de software.

    Na sociedade da informação, os avanços e transformações modernizadores se alimentam da industrialização da informação e do seu emprego sistemático na reestruturação de processos produtivos, barateando o custo da produção e incrementando substancialmente a capacidade de processar, armazenar e transmitir dados (Garcia Canclini, 2005, p.234). De fato, nessa sociedade, como argumentam Freeman e Soete, citados por Lastres e Ferraz (1999, p.33), o novo paradigma das tecnologias da informação pode reduzir os custos de armazenamento, processamento, comunicação e disseminação de informação, além de corroborar para o entendimento das transformações estruturais vivenciadas pela sociedade e com as dinâmicas e padrões de geração, uso e difusão de tecnologias. Os novos formatos e estratégias organizacionais--como as estruturas sociais em rede--que demandam cada vez mais informação e conhecimento no desempenho de suas atividades, são exemplos dessas transformações.

    Na mesma linha de raciocínio, Fujino, Costa Ramos e Maricato (2009, p.214) defendem que a sociedade da informação conduz os agentes sociais nela inseridos a novas responsabilidades. Estas últimas, segundo os autores, "indicam o dever desses agentes para que a informação tenha fluxo constante e possibilite a geração de novos conhecimentos e tomada de decisão nas várias instâncias da sociedade".

    Capurro e Hjorland (2007, p. 174) destacam que "não é a informação compartilhada, mas a interpretação compartilhada, que mantem as pessoas unidas". Parece haver uma tendência no entendimento de que a relação homem-tecnologia ainda não está resolvida na Ciência da Informação. Nesse sentido, Saracevic (1996, p. 55-57) afirma que, apesar de décadas de experiência com diversas soluções tecnológicas para acessar e utilizar a informação, ainda há pouco conhecimento sobre os aspectos humanos (social, institucional, individual) e comportamentais relacionados com o conhecimento e a informação. O autor ainda aponta para um lado cada vez mais evidente na...

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