Trabajo, Raza y Género en la producción de fotografías: consideraciones a partir de una experiencia brasileña - Núm. 58, Enero 2019 - Cuadernos de Administración - Libros y Revistas - VLEX 847129393

Trabajo, Raza y Género en la producción de fotografías: consideraciones a partir de una experiencia brasileña

AutorJaqueline Tittoni, Diego Drescher de Castro, Arthur Gomes de Almeida
CargoUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil/Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil/Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Páginas75-90
Artículos
Trabalho, Raça e Gênero na produção de fotografias: considerações a partir de
uma experiência brasileira *
Trabajo, raza y género en la producción de fotografías: consideraciones desde una experiencia brasileña
Work, race and gender in the production of photographs: Considerations from a Brazilian experience
Jaqueline Tittoni a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
jatittoni@gmail.com
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-3450-080X
Diego Drescher De Castro
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7363-9476
Arthur Gomes de Almeida
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7363-9476
DOI: https://doi.org/10.11144/Javeriana.cao32-58.trgpf
Redalyc: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=20560207006
Recepção: 27/09/2018
Aprovação: 29/03/2019
Publicado: 30/06/2019
Resumo:
Este artigo problematiza a relação entre produção de conhecimento, subjetividade e trabalho no contexto brasileiro. Para tal, aborda
a relação entre colonialidade e descolonialidade no que tange ao campo epistemológico e suas imbricações nas relações de trabalho,
tomando a subjetividade como eixo central destas análises. Do ponto de vista descolonial, evidencia os modos como se articulam os
marcadores gênero e raça para mostrar os efeitos de colonização do trabalho fundamentado no modelo de homem branco ocidental.
Para tanto, tomaremos estudo realizado com trabalhadoras da saúde, com a utilização de ocinas de produção de fotograa, para
pensar os modos como estes marcadores aparecem nos cotidianos de trabalho.
Códigos JEL: I20, Z13
Palavras-chave: trabalho, conhecimento, subjetividade, fotograa.
Resumen:
Este artículo problematiza la relación entre producción de conocimiento, subjetividad y trabajo en el contexto brasileño. Para ello
abordaremos la relación entre colonialidad y desco lonialidad en lo que se reere al campo epistemológico y sus imbricaciones en
las relaciones de trabajo, tomando la subjetividad como eje central de estos análisis. Desde el punto de vista descolonial, evidencia
los modos como se articulan los marcadores género y raza para mostrar los efectos de colonización del trabajo fundamentado en el
modelo de hombre blanco occidental. Para ello, tomaremos un estudio realizado con trabajadoras de la salud, con la utilización de
talleres de producción de fotografía, para pensar los modos como estos marcadores aparecen en los cotidianos de trabajo.
Códigos JEL: I20, Z13
Palabras clave: trabajo, subjetividad, conocimiento, fotografía.
Abstract:
is article problematizes the relationship between knowledg e production, subjectivity and work in the brazilian context.
erefor, we will discuss the relationship between coloniality and decoloniality in what concerns the epistemologica l eld and
its imbrications in labor relations, where the subje ctivity as the central axis of these analyzes. From a decolonial point of view, it
shows the ways in which the markers of gender and race are articulated to show the colonization effects of the work based on the
white man model. To do so, we will take a study done with health workers, using the methodologies of photography production
workshops, to think about the ways these markers appear in everyday work.
JEL Codes: I20, Z13
Keywords: work, subjectivity, knowledge, photography.
Autor notes:
a Autora correspondente. Correio eletrônico: jatittoni@gmail.com
Cuadernos de Administración, 2019, 32(58), ISSN: 0120-3592 / 1900-7205
Introdução
Este estudo discute inter-relações entre trabalho, conhecimento e subjetividade, buscando evidenciar algumas
vozes e silêncios que aí se produzem, tendo como referência a perspectiva descolonial. Partindo do cenário
brasileiro como ponto de referência, buscamos problematizar as relações entre produção de conhecimento e
trabalho neste país, considerando os efeitos colonizadores do pensamento ocidental sobre o conhecimento,
e do conhecimento sobre a subjetividade e o trabalho. Uma atitude crítica, portanto, com relação aos modos
como a produção de conhecimento sobre o trabalho produz efeitos de poder sobre as congurações e os
modos de trabalhar no Brasil.
Para tanto, tomamos a noção de crítica do pensamento foucaultiano articulada às artes de governar, ou seja,
a crítica como “a arte de não ser governado de tal forma” (Foucault, 1990, p. 2). Para o autor, a atitude crítica
é, ao mesmo tempo, parceira e adversária das artes de governar, forçando rupturas, recusas e deslocamentos.
Esta perspectiva de crítica, como renúncia e mudança, coloca a noção de ética como elemento importante nas
artes de governar, forçando a reexão nas tensões entre as práticas de uma liberdade possível e suas condições
de possibilidade e impossibilidades. A noção de ética no pensamento crítico foucaultiano, como nos aponta
Orellana (2008), surge da crítica ao sujeito sob erano, universal e fundador da episteme moderna, que traz
como consequência a crítica ao sujeito moral. Esta posição aponta os deslocamentos e as rupturas que vão
delineando singularidades e se atualizando no tempo e no espaço como experiência. Neste ponto, talvez
possamos apostar que a crítica à colonialidade permanece viva no pensamento foucaultiano, apesar da força
de colonialidade presente em sua obra, quando usado como conhecimento que perde sua potência de crítica
e se armar verdade absoluta, conforme apontado por Spivak (2010). A autora segue sua crítica salientando
que, ainda que em uma perspectiva crítica e p ós-estrutural, Foucault arma uma distinção entre o lugar do
“intelectual” e dos demais saberes, tal qual Deleuze, que não aborda a complexidade da divisão internacional
do trabalho ao tratar do movimento social “dos trabalhadores” como universal e homogêneo (Spivak, 2010).
Ao tomarmos a crítica como “um instrumento ou um meio para um devir” (Foucault, 1990, p. 3), pensamos
nos efeitos de colonização que se impõe sobre o trabalho e o conhecimento no Brasil. A colonização se
congura, em seu amplo aspe cto, em estratégias de governo que se atualizam no curso da história e que
mantém certas regularidades na manutenção da ordem colonizadora. Este tema, de grande complexidade num
mundo digitalizado e de fronteiras expansivas, produz efeitos de subjetivação muito relevantes na medida em
que a colonização das subjetividades produz-se tanto quanto a colonização dos territórios.
Assim, qualquer produção, seja ela acadêmica ou não, que pretenda falar a partir de uma perspectiva anti-
hegemônica precisa levar em conta os processos de colonização, uma vez que a violência como forma de
colonialidade ainda segue ditando os modos de pensar, trabalhar e viver. Por isto a importância de ressaltarmos
a distinção entre colonialismo e colonialidade. Se gundo Restrepo e Rojas (2010), enquanto o processo de
colonialismo diz respeito ao aparato político-militar desenvolvido para garantir a exploração do trabalho e
da riqueza da colônia em prol do colonizador, a colonialidade se dene por ser um fenômeno histórico mais
complexo, que se estende até o nosso presente. Seg undo o autor, a colonialidade está vinculada aos jogos
de poder que operam através da “naturalização de hierarquias territoriais, raciais, culturais e epistêmicas,
possibilitando a reprodução de relações de dominação” (Restrepo & Rojas, 2010, p. 15, tradução nossa).
Os processos coloniais incidem diretamente nas relações de trabalho e na produção de conhecimento na
América Latina e os estudos descoloniais, ao assumirem uma posição crítica, podem colocar em análise a lógica
disciplinar, sustentada na noção de homem branco sobre o conhecimento, o trabalho e as subjetividades.
Criar um padrão especíco de domínio sobre a heterogeneidade multi-étnica, cultural e linguística é estratégia
do império e é constitutiva das práticas de domínio c olonial. Deste modo, a tensão entre heterogeneidade e
domínio atua como parte fundamental na formação do império e constitui as práticas de domínio coloniais
(Cohen, 2004).

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